As
saídas pedagógicas ocorrem habitualmente na Escola Municipal Professor
Washington Manoel de Souza, no município fluminense de Queimados. “As
visitas contribuem para tornar a aprendizagem mais estimulante e
enriquecedora e também para a expansão das fronteiras entre o espaço
escolar e o mundo externo”, ressalta Denise Guerra dos Santos,
professora de educação física. “As saídas pedagógicas trazem riquezas de
conhecimentos simultâneos, além do conteúdo proposto”, salienta Fátima
Muniz, professora de história.
Em geral, as duas trabalham de
forma interdisciplinar. Os passeios são imaginados individualmente, mas
discutidos e realizados com apoio mútuo e, invariavelmente, com a
participação de outros professores. “Sempre planejamos as saídas em
conjunto“, diz Fátima, que leciona a turmas do sétimo ano do ensino
fundamental. “Trocamos sugestões e a nossa participação é intensa.”
Segundo
Denise, que dá aulas a turmas de oitavo e nono anos do ensino
fundamental, os alunos têm, durante as visitas, a oportunidade de
conhecer lugares interessantes e divertidos. Também entram em contato,
de forma dinâmica e agradável, com o conteúdo pedagógico e com projetos
das respectivas séries e das diversas disciplinas.
“As saídas
também se propõem a estreitar os laços entre alunos de diferentes
turmas, a escola, a família e a sociedade como um todo, favorecendo as
relações de convivência e desenvolvendo a capacidade de trabalhar em
grupo”, explica Denise, que está há oito anos no magistério.
Graduada
em educação física e em musicoterapia, com pós-graduação em
psicomotricidade e em cultura africana e afro-brasileira, ela acredita
que os passeios desenvolvem, ainda, qualidades como empenho,
organização, flexibilidade, tolerância, espírito esportivo, princípios
éticos e de cidadania.
Prêmios — Com
licenciatura plena em história e 32 anos de magistério, Fátima já teve
dois projetos premiados no Concurso Professor Alberto Pirro, promovido
pela Secretaria Municipal de Educação. Em julho, ela promoveu visita ao
Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, em São
Cristóvão, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, capital. Um dos
propósitos do passeio foi o de levar os estudantes a compreender o êxodo
nordestino e sua relação com a ocupação da Baixada Fluminense, região
na qual está inserido o município de Queimados. A professora pretendeu,
ainda, estimular os alunos a analisar as próprias origens, reconhecer o
legado político e social do Nordeste no município e valorizar a
contribuição nordestina na ocupação da região.
Depois do passeio,
os estudantes sintetizaram as observações por meio da produção de
literatura de cordel, relatórios, gráficos, desenhos, dobraduras,
pinturas, com dramatizações e confecção de bandeirolas e bonecos. Todos
os trabalhos foram expostos na escola.
No mesmo mês, a professora
Denise promoveu visita ao Belmonte Futebol Clube, com a participação de
estudantes dos três últimos anos do ensino fundamental. O passeio fez
parte do projeto Histórias da Capoeira e do Futebol de Queimados,
desenvolvido por ela na disciplina de educação física. Na escola, Denise
incentivou debate para troca de impressões, exposição de dúvidas e
resumo das experiências vividas pelos estudantes.
Também este
ano, as duas professoras levaram os alunos ao centro do Rio de Janeiro
para conhecer o Museu Histórico Nacional e o Centro Cultural Banco do
Brasil (CCBB). Para este semestre, estão previstas visitas ao Espaço
Cultural da Marinha do Brasil, também no centro da capital, e à Vila
Olímpica de Queimados. Lá, os estudantes conhecerão as aulas de capoeira
de Mestre Comprido.
“As saídas pedagógicas são enriquecedoras”,
avalia a orientadora educacional Cilene Maria Cavalcanti. Ela observa
que os passeios permitem o contato com o conteúdo programático de forma
dinâmica e desenvolvem a capacidade de trabalho em equipe. Para Cilene,
as visitas estimulam princípios éticos e de cidadania entre os alunos e
estreitam os laços entre família, escola e comunidade.
Fátima Schenini
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