A
Secretaria de Estado de Educação (SED) está promovendo hoje (15) o “Dia
Estadual de Combate ao Bullying Escolar”. A atividade, realizada
simultaneamente nas 356 escolas estaduais de Mato Grosso do Sul, conta
com atividades e jogos educativos adaptados para o tema como
apresentações de teatro, concurso de paródias e palestras. O evento será
aberto às famílias e, para envolver ainda mais a comunidade, os
estudantes estão fazendo panfletagem para a comunidade em torno das
escolas.
“O
mais importante é a ação preventiva contra o bullying, os nossos
estudantes mostrando para os colegas e a comunidade como vale a pena
agir antes que o bullying aconteça, lembrando que este é um trabalho
permanente e que deve envolver a família e a escola”, explicou a
secretária de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul e presidente do
Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Maria Nilene
Badeca da Costa, que acompanhou os estudantes da Escola Estadual Joaquim
Murtinho, centro de Campo Grande, na panfletagem na Avenida Afonso
Pena.
Para
a secretária Maria Nilene “é preciso que a escola tenha um olhar
atento. Os professores e o restante da equipe devem observar sinais de
violência, procurando os agressores e atendendo as vítimas, mas o
principal é tomar iniciativas de prevenção, como a supervisão na hora do
recreio, a promoção de palestras e debates sobre o tema e a inclusão na
rotina escolar do respeito mútuo e da afetividade, tendo como foco as
relações humanas”.
Além
da panfletagem, os estudantes da EE Joaquim Murtinho espalharam
cartazes e montaram peças de teatro e, entre uma apresentação e outra, o
tema bullying era abordado. O diretor, Lucilio Souza Nobre, conta que
“a mobilização chama atenção para o problema, mas a escola já vem
desenvolvendo um trabalho de prevenção inserindo os alunos nos jogos,
nas gincanas, na prática de esportes, são ações que vão continuar
acontecendo”.
Logo
na entrada da escola, um banner mandava o recado “bullying é um ato de
covardia que não ter cor, cheiro nem raça, mas humilha com a força de
todos os preconceitos”, assinado pela estudante do 1º ano do ensino
médio, Luana Sato. Para ela, “a prevenção do bullying depende de cada um
de nós, é um pensamento que começa em casa, mas as palestras também
ajudam muito”.
O
“Dia Estadual de Combate ao Bullying Escolar” é mais uma ação da SED
para lidar com o fenômeno. Dentre outras iniciativas que já permeiam a
rotina das escolas e em cumprimento à Lei nº 3887, de 6 de maio de 2010,
instituiu nas unidades da Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul
a formação do “Comitê de Conscientização, Prevenção e Combate o
Bullying Escolar". O objetivo do comitê é mobilizar a comunidade para
ações de sensibilização e conscientização pautadas nas mudanças de
postura e de atitudes, alcançando, desta forma, o combate ao bullying.
“As
escolas já trabalham o tema bullying em suas atividades de rotina, com o
suporte técnico da Secretaria de Estado de Educação, que orienta e
acompanha o trabalho realizado dentro da escola durante o ano letivo.
Hoje é uma data para fazer a ação com a comunidade, de forma
massificada, porém o trabalho continua nas próximas semanas, no próximo
ano, tratado de acordo com a especificidade de cada escola”, destacou o
superintende de Políticas de Educação da SED, Roberval Angelo Furtado.
Os
cartazes e os folhetos distribuídos nas escolas para ilustrar a
campanha foram produzidos durante um concurso realizado entre 30
estudantes do curso técnico de Comunicação Visual do Centro de Educação
Profissional Ezequiel Ferreira Lime (Cepef) e escolhidos por uma
comissão julgadora da SED. Durante o processo de criação, os alunos
assistiram diversos vídeos sobre o tema, pesquisaram na internet e
trocaram experiências.
Bullying
De
acordo com o dicionário Aulete de língua portuguesa, o termo bullying
“compreende toda forma de agressão, intencional e repetida, sem motivo
aparente, em que se faz uso do poder ou força para intimidar ou
perseguir alguém, que pode ficar traumatizado, com baixa autoestima ou
problemas de relacionamento”. O termo bullying tem origem na palavra
inglesa bully, que significa valentão, brigão. É entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato.
O
bullying sempre existiu, mas foi no final da década de 1970 que Dan
Olweus, um professor da Universidade da Noruega, passou a estudar as
tendências suicidas entre adolescentes e percebeu que a maioria desses
jovens tinha sofrido algum tipo de ameaça e que, portanto, o bullying
era um mal a se combater. Hoje, o fenômeno está mais popular, está mais
visível com a influência dos meios eletrônicos, com a internet e com a
televisão.
De
acordo com Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora
da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp),
para ser dada como bullying, a agressão física ou moral precisa
apresentar quatro características: a intenção do autor em ferir o alvo, a
repetição da agressão, a presença de um público espectador e a
concordância do alvo com relação à ofensa. “Quando o alvo supera o
motivo da agressão, ele reage ou ignora, desmotivando a ação do autor”,
explica a especialista.
A
Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e
Adolescência (Abrapia) sugere as seguintes atitudes para um ambiente
saudável na escola:
- Conversar com os alunos e escutar atentamente reclamações ou sugestões;
- Estimular os estudantes a informar os casos;
- Reconhecer e valorizar as atitudes da garotada no combate ao problema;
- Criar com os estudantes regras de disciplina para a classe em coerência com o regimento escolar;
- Estimular lideranças positivas entre os alunos, prevenindo futuros casos;
- Interferir diretamente nos grupos, o quanto antes, para quebrar a dinâmica do bullying.
(Com informações da Revista Nova Escola)
Fonte: SED
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